Continuando em concorrência desleal, será possível o FCP manter-se nas Competições Europeias sem sanções da UEFA?

A 5 de junho, Fernando Gomes assumiu publicamente, por ocasião da apresentação dos resultados do empréstimo obrigacionista 2023/2026, que os dragões terão de vender jogadores até dia 30/06/2023, de forma a equilibrarem as contas da sociedade desportiva. «Isso é ineludível. Não adianta estar aqui a enganar a questão, é assim mesmo, tem de ser até 30 de junho, porque só os resultados que forem conseguidos até 30 de junho, até à meia-noite de 30 de junho, é que contam para o fecho das contas desta época. A acontecer alguma coisa para equilibrarmos as contas, e tem que acontecer, é até 30 de junho», referiu o administrador para a área financeira dos portistas.

Terminou esta sexta-feira o prazo estabelecido por Fernando Gomes, administrador da SAD, para a SAD do FC Porto encaixar 50 milhões de euros e, com isso, conseguir manter as contas no verde e não correr o risco de ficar sob a alçada da UEFA por incumprimento do 'fair-play' financeiro. Relata agora a comunicação social que há uma nova norma que diz que as contas podem ser feitas no ano civil e que o FC Porto poderá até dezembro fazer reajustes, mas o aviso lançado pelo administrador da SAD deixou alerta geral no universo azul e branco.

Em setembro de 2022, a UEFA tinha multado o FCP em 100 mil euros e ameaçou «excluir o clube das provas da UEFA para as quais se qualificar nas próximas três temporadas, a não ser que o resultado agregado dos anos financeiros de 2019, 2020, 2021 e 2022 esteja de acordo com os requerimentos de break-even» acordados entre FC Porto e UEFA. A data de hoje, 02/07/2023 já é claro que o FCP não cumpriu com os objetivos financeiros, de não incorrer em custos económicos bastante superiores aos recursos que o clube conseguiu gerar nestas últimas 4 épocas. No acumulado das últimas 4 épocas, regista mais de 100 M€ de prejuízos, quando o limite máximo permitido pelo Fair-Play Financeiro são -5 M€.

É incompreensível, como o FCP continua época após época em incumprimento das regras do Fair-Play Financeiro, sem se ver forçado a vender os seus atletas mais importantes, podendo assim fazer Concorrência Desleal na Liga Portuguesa, enquanto nestas últimas 4 épocas, de modo a cumprir os critérios financeiros da UEFA, o Benfica se viu forçado a vender o Ruben Dias por 68 M€ em Setembro 2020, o Darwin Nuñez por 75 M€+25 M€ por objetivos em Junho 2022 e Enzo Fernandez por 120 M€ em janeiro 2023 e o Sporting se viu forçado a vender o Palhinha por 20 M€ em Julho 2022, o Matheus Nunes por 45 M€ em Agosto 2022, o Pedro Porro por 40 M€ em Janeiro 2023 e agora o Manuel Ugarte por 60 M€ em Julho 2023. O FCP não vende os seus melhores jogadores, acabam todos por sair a custo zero como aconteceu com o Uribe no dia 01/07/2023, mantendo-se em incumprimento financeiro e ainda consegue aumentar os valores investidos, por exemplo, nos jornais já dizem que contratou o Fran Navarro por 7 M€ (ganhou a corrida ao Sporting que efetivamente necessita contratar um goleador, mas que teve de aguardar pela efetivação da venda definitiva do Pedro Porro e do Manuel Ugarte, para poder ter folga financeira para investir na aquisição de um novo Ponta de lança que tanta falta lhe está a fazer). O Sporting não assumiu comprar novos jogadores antes de garantir condições para cumprir com os requisitos financeiros impostos pela UEFA. Já o FCP continua a assumir contratar novos reforços, mesmo sabendo que não está a cumprir com os critérios financeiros definidos pela UEFA. Como se contrata o Fran Navarro antes de conseguir cumprir com o Fair-Play Financeiro?

Será que é possivel ao FCP continuar a fazer batota financeira, sem que seja alvo de um castigo sevéro da UEFA? Não estamos a falar de multas inferiores a 1 M€, mas da exclusão da Liga dos Campeões, ou seja de penalizações superiores à 40 M€!