quarta-feira, 5 de julho de 2023

A importância das transferências de jogadores para o equilibrio das contas das SADs Portuguesas

A recusa do Sérgio Conceição em permitir que a SAD transacione atletas valiosos, tem deteriorado as contas do FCP nas últimas épocas, ao ponto do clube estar neste momento sujeito a decisão da UEFA. Ao ultrapassar os 5 M€ de prejuízos permitidos a cada agregado de 4 épocas, o FCP está a fazer concorrência desleal na Liga Portuguesa, tudo no sentido de não cumprindo com os critérios do Fair-Play financeiro definidos pela UEFA, tentar aceder ilegitimanente aos milhões da Liga dos Campeões.

Como todos sabemos, um mercado períferico como o nosso, não consegue gerar receitas suficientes aos clubes para poderem reter os melhores jogadores e assim competir, com o que a elite dos clubes Europeus gastam com os seus plantéis. Respeitar a regra de apenas gastar 70% das suas receitas com o custo com o pessoal, é uma equação dificil para os clubes Portugueses, que pretendem ter custos com pessoal comportáveis para a sua realidade e desportivamente ter planteis entre os 30 mais valiosos da Europa, de modo a poderem competir condignamente pelos pontos/milhões em prémios desportivos que são distribuidos pela UEFA. Somente tendo um dos melhores 30 plantéis da Europa, se pode almejar atingir 1/4 funal, 1/2 final ou final Europeia, sem esse nível de investimento sequer dá passar a fase de grupos da Champions. Através do rendimento desportivo das últimas 5 épocas, atualmente, o Benfica é o 17º do Ranking UEFA, o FCP é o 21º, o Sporting é o 36º e o Braga é o 37º do Ranking UEFA. 

Os clubes Portugueses sempre foram clubes vendedores, durante várias décadas, o FCP foi conhecido por comprar jovens promessas na América Latina, os quais após 3 ou 4 anos a ajudarem o clube a obter sucessos desportivos eram depois vendidos, renvestindo-se depois parte desse rendimento no seu substituto. Esta estratégia foi resultando desportiva e financeiramente, até que o Benfica começou a utilizar ainda melhor este método, após Jorge Jesus ter assumido a equipa em 2009/10, pelo que o Benfica começou a construir plantéis cada vez melhor apetechados, obrigando o FCP a reinvestir mais do que pode no seu plantel para continuar competitivo. Mas, desde a chegada do Sérgio Conceição que o FCP, deixou de conseguir vender os seus atletas no seu auge, pois Sérgio Conceição mesmo delapidando financeiramente as finanças do FCP preveligiou sempre a vertente desportiva, prefere manter os melhores jogadores do que os vender por elevadas quantias e depois correr riscos reinvestindo uma parte desse montante noutro jovem a potenciar. Por exemplo, neste defeso se o Sérgio Conceição acedesse a vender Taremi por 20 M€ poderia reinvestir metade desse montante num novo avançado, ou no ano anterior, caso tivesse acedido em vender o Uribe por 20 M€ e contratado um jovem médio com metade desse montante (10 M€), até poderia não ter conseguido retirar desse jovem o mesmo rendimento que retirou do Uribe em 2022/23, mas neste momento um ano após, já teria no plantel um jovem médio completamente pronto para ser uma mais valia desportiva/fincanceira em 2023/24 e no futuro. Ao preveligiar o resultado desportivo emediato, Sérgio Conceição, vem delapidando financeiramente o FCP, ao negar que Taremi, tal como Uribe, Chancel Mbemba, Corona, Marega, Brahimi e Herrera, fossem alienados, quando atingiram o seu ponto máximo de valorização, invariavelmente estes vão saíndo apenas em final de contrato, época após época e o clube fica cada vez com menos recursos para reinvestir em novos reforços, uma vez que o seu treinador se opoem a vender os atletas com melhores desempenhos desse ano, que são normalmente aqueles que tem mais procura e garantem maiores retornos financeiros. 

Aqui está o quadro resumo dos resultados gerados com transferências nas últimas 12 épocas, separando em 2 períodos de 6 épocas cada, os 6 anos antes de Sérgio Conceição e os 6 Com Sérgio Conceição. 

Há quem pense que o FCP só venceu 3 em 6 campeonatos (tal como Jorge Jesus fez no Benfica), por ter contado como treinador, o Sérgio Conceição, que através de uma pressão constante exercida sobre os árbitros, conseguiu transformou o FCP no clube do mundo inteiro com mais penaltis nesta Década. Com tantos penaltis a seu favor (64 penaltis favoráveis, mais 15 do que o Benfica), sem surpresa o FCP conseguir vencer 3 dos últimos 6 campeonatos, enquanto o seu principal rival, o Benfica, usufruíndo de 49 penaltis só conseguiu conquistar 2 campeonatos nos últimos 6 anos, sendo que nas últimas 12 épocas o Benfica conquistou 6 campeonatos, o FCP conquistou 5 e o Sporting conquistou 1 campeonato.. No quadro se constata que o FCP era o clube que gerava mais com transferências nos 6 anos antes de ter contratado Sérgio Conceição, vê-se hoje, passados 6 anos, ultrapassado financeiramente pelo Benfica e pelo Sporting como clubes em Portugal que geram maiores Saldos com Transferências de jogadores nas últimas 6 épocas (nesta era do Sérgio Conceição no FCP).

Quando comparamos as últimas 6 épocas (era do Sérgio Conceição no FCP de 2017/18 a 2022/23), às anteriores 6 épocas (2011/12 a 2016/17), vemos que o F. C. Porto que entre 2011/12 e 2016/17 era o clube que mais gerava em transferências de jogadores, é agora entre os 4 candidatos ao titulo, aquele que menos melhorou o seu desempenho financeiro nas últimas 6 épocas comparativamente as 6 épocas anteriores, pois, o Benfica melhorou 88% o seu Resultado com Transferências de 262,8 M€ (de 2011/12 a 2016/17) para 469,9 M€ (de 2017/18 a 2022/23), o Sporting melhorou 188% o seu Resultado com Transferências de 91,1 M€ (de 2011/12 a 2016/17) para 262,3 M€ (de 2017/18 a 2022/23),  Braga melhorou 164% o seu Resultado com Transferências de 63,8 M€ (de 2011/12 a 2016/17) para 168,3 M€ (de 2017/18 a 2022/23). O Resultado do FCP com transações de jogadores entre 2022/13 e 2016/17 foi positivo de 239,8 M€ e entre 2011/12 e 2016/17 tinha sido positivo de 203,2 M€, ou seja, melhorou apenas 18%, (36,6 M€). Realce para o facto da aproximação do Braga aos 3 grandes, pois, entre 2011/12 e 2016/17, o Braga gerava 63,4 M€ em Transferências de Jogadores, ou seja, 26% dos 262,8 M€ do que o Benfica gerava e 31% do que os 203,2 M€ que o FCP gerava, mas agora entre 2017/18 e 2022/23, o Braga já conseguiu gerar 168,3 M€, ou seja, 36% dos 469,9 M€ que o Benfica gerou, 64% dos 262,3 M€ que o Sporting gerou e 70% dos 239,8 M€ que o FCP gerou nas últimas 6 épocas.

Aqui está o Quadro Resumo do Saldo com Transferências jogadores nas últimas 6 épocas (2017/18 a 2022/23) retirado do site da Transfermarkt, em que vemos que o Benfica fez 855,8 M€ em vendas, o Sporting fez 505,5 M€ em vendas e o FCP fez 472,7 M€ em vendas. O FCP se deixou ultrapassar?


Quadro Resumo do Saldo com Transferências jogadores nas 6 épocas anteriores (2011/12 a 2016/17).


O FCP era o clube com maior capacidade de investimento em Portugal entre 2011/12 e 2016/17, com 250,5 M€ investidos nesse período em reforços, mas fruto da decisão de Sérgio Conceição em não permitir vendas dos seus atletas mais influentes, vemos que nos últimos 6 anos, quer o Benfica, quer o Sporting transacionaram mais do que o FCP (venderam e compraram), que neste período investiu 232,9 M€, quando o Sporting investiu 243,3 M€ e o Benfica investiu 385,9 M€ em novos reforços. Será que o FCP continuará a poder investir sem se preocupar em cumprir o Fair-Play Financeiro? Valerá a pena?

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