segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Os reforços pretendidos devem ser contratados: LFV deve respeitar as decisões técnicas dos treinadores que contrata

No acumulado das últimas 5 épocas, o Benfica melhorou 385 M€ os Capitais Próprios comparativamente ao F. C. Porto (385=157+228), pois como se pode ver no acumulado das 5 últimas épocas, o Benfica apresenta Lucro acumulado de 157 M€, enquanto o F. C. Porto apresenta Prejuízo acumulado de -228 M€. Não faz sentido ocorrer uma diferença de 385 M€ em Capitais Próprios, entre os 2 principais candidatos ao titulo em Portugal, em apenas 5 anos, nem em 6 épocas que seja! É que no futebol, os clubes que mais investem, tendem a ter maiores probabilidades de obter sucesso desportivo, mesmo que obviamente, não melhorem os seus resultados económicos ou Capitais Próprios a apresentar no próximo balanço anual.

Não faz sentido, um clube de futebol ser tão obsessivo na procura do resultado desportivo, ao ponto de apresentar em apenas 5 épocas, um prejuízo acumulado de -228 M€ (critica aos dirigentes Portistas), nem faz sentido um clube de futebol, ser tão obsessivo na procura do resultado financeiro, ao ponto de acumular 157 M€ de Lucros nas últimas 5 épocas (critica aos dirigentes Benfiquistas), isto quando tens que disputar os títulos contra um rival que continua a investir na sua equipa de futebol. Financeiramente o desempenho do F. C. Porto nas últimas 5 épocas foi um desastre, com -228 M€ de prejuízos acumulados, mas desportivamente o F. C. Porto que, em 2015 era o 16º clube do Ranking UEFA, consegue se manter atualmente como 16º classificado do Ranking UEFA em 2020/21. Financeiramente o desempenho do Benfica nas últimas 5 épocas foi bastante positivo, acumulando 157 M€ de Lucro, mas desportivamente já não se pode considerar satisfatório, pois o Benfica no inicio de 2015 era o 6º do Ranking UEFA, atualmente em 2020/21 é apenas o 23º classificado do Ranking UEFA e internamente perdeu 2 dos últimos 5 campeonatos, neste momento encontra-se muito longe dos clubes com verdadeiras aspirações a vencer as competições Europeias. O LFV até pode afirmar que quer vencer uma competição Europeia durante a sua presidência, mas não pode afirmar verdadeiramente, que contratou/manteve os jogadores necessários para o Benfica ser verdadeiramente candidato a vencer competições Europeias. Ele sabe perfeitamente que, a equipa tem vindo a  cair no Ranking UEFA nas últimas 5 épocas em resultado do desinvestimento no plantel que tem feito. Numa época de excecional desempenho, pode até acontecer, um clube fora do Top 20 vencer a Liga Europa, mas em condições normais, só os clubes que pertencem ao TOP 10 do Ranking UEFA podem aspirar vencer títulos nas internacionais e o Benfica só se conseguiria manter no TOP 10 do Ranking UEFA, se nas últimas 5 épocas não tivesse vendido pelo menos 8 destes 22 jovens grandes jogadores que vendeu nas últimas 5 épocas, estes 8 que se encontram a negrito:

  • Rodrigo (30 M€), André Gomes (20 M€), João Cancelo (15 M€) e Ivan Cavaleiro (15 M€) na época 2015/16. Estamos a falar de 80 M€ de receitas geradas com jovens atletas que apresentavam talento futebolístico/valia que lhes permitiriam contribuir para sucessos desportivos nas últimas 5 épocas, se a direção tem prescindido de algum do lucro financeiro para os manter no clube.
  • Renato Sanches* (35 M€), Gonçalo Guedes (30 M€), Nico Gaitán (25 M€), Helder Costa (15 M€) e emprestando o Talisca por 4 M€ na época 2016/17, ou seja, foram 109 M€  de receitas geradas com jogadores que nas últimas 4 épocas poderiam ter contribuído nos sucessos desportivos do clube, se a direção tem prescindido de algum do lucro financeiro, para os manter no clube.
  • Ederson* (40 M€), Nelson Semedo* (35,7 M€), Lindelof (35 M€), Mitroglou (15 M€) e Talisca com taxa de empréstimo de 5,8 M€ na época 2017/18, ou seja, foram 131,5 M€ receitas geradas com jogadores, que nas últimas 3 épocas poderiam ter contribuído nos sucessos desportivos do clube, se a direção tem prescindido de algum do lucro financeiro em troca de sucesso desportivo, mantendo-os no clube.
  • Talisca (19,2 M€), João Carvalho (15 M€), Cristante (9,5 M€), André Horta (5,7 M€) e Raúl Jiménez com taxa de empréstimo de 3 M€ na época 2018/19, que viriam a ser definitivamente vendido por mais 38 M€ no final da época, ou seja, foram 90,4 M€  de receitas geradas com jogadores, que nas últimas 2 épocas poderiam ter contribuído para os sucessos desportivos do clube, se a direção tem prescindido de algum do lucro financeiro, mantendo alguns deles no clube.
  • João Félix* (126 M€), Jovic (22,3 M€), André Carrilho (9 M€) e Gedson Fernandes com taxa de empréstimo de 4,5 M€ na época 2019/20, ou seja, foram 161,8 M€  de receitas geradas com jogadores, que na última época poderiam ter contribuído para sucessos desportivos do clube, se a direção tem prescindido de algum do lucro financeiro, para manter algum deles no plantel 2019/20.
  • Ruben Dias* (68 M€) e Carlos Vinícius com taxa de empréstimo de 3 M€ na atual época 2020/21, ou seja, o clube esta temporada já garantiu 71 M€ de receitas geradas com jogadores que poderiam estar neste momento a contribuir para o sucesso desportivo, se a direção tem prescindido de algum do lucro financeiro, mantendo algum deles no plantel 2020/21.

Prescindir de vender os jogadores que são importantes para o futuro competitivo do clube, é a melhor forma do Benfica investir no seu sucesso desportivo. Alguém imagina o que teria conseguido desportivamente ao Benfica nas últimas 5 épocas, se tem mantido esses 8 jogadores a negrito nos seus quadros, nem que fosse só os 5 a asterisco dos seguintes 8 nomes (Rodrigo, André Gomes, Gonçalo Guedes, Renato Sanches*, Ederson*, Nelson Semedo*, João Félix* e Rúben Dias*) que constam desta listagem de vendas acima elencado, cujos passes foram alienados a revelia da vontade dos seus técnicos na altura, que seguramente desaconselharam desportivamente essas operações, mas que LFV considerou essencial para capitalizar a SAD do Benfica? Imaginem a valia do plantel atual do Benfica as ordens do Jorge Jesus, se ainda estivessem no clube, Ederson, Rúben Dias, Nelson Semedo, Renato Sanches e João Félix, estamos a falar de evitar vender apenas 5 dos 22 jovens futebolistas alienados desde 2015/16 (mas também seriam menos 304,7 M€ no total de 590 M€ de receita obtida com transações de jogadores para manter esses 5 grandes atletas até hoje). A data de hoje, todos estes 5 jogadores de elite ainda têm, mais de 6 anos para jogarem nos melhores clubes mundiais seguramente (o mais velho é o Ederson com 27 anos, ainda perfeitamente a tempo de ser transacionado por um elevado valor de mercado). Nenhum destes 5 jovens jogadores pôde contribuir desportivamente durante 4 épocas para engrandecimento do museu Cosme Damião. Se LFV tem dado primazia ao sucesso desportivo, estes 5 jogadores poderiam ter contribuído pelo menos com 4 épocas ou 5 anos na equipa principal e depois sim, serem transacionados pelos mesmos valores que foram seguramente. É que estes 5 se revelaram muito promissores no Benfica desde o início, as tentadoras propostas apareceram sem terem completado sequer 3 temporadas a titular no Benfica. Seria assim tão difícil recusar vender Ederson (após época e meia a titular), Nelson Semedo (após época e meia a titular), Renato Sanches (após apenas meia época a titular), João Félix (após apenas meia época a titular) e Rúben Dias (após 3 épocas na equipa principal) no momento em que surgiram as propostas? Essas vendas surgiram todas numa altura em que não havia no plantel nenhum jogador que se tivesse mostrado preparado para ocupar essas posições garantindo 90% do rendimento desportivo que estes apresentavam (nem Varela para substituir Ederson, nem Pedro Pereira para substituir Nelson Semedo, nem André Horta para substituir o Renato Sanches, nem Chiquinho para substituir o João Félix, nem Ferro ou Otamendi para substituir o Rúben Dias até ao momento. Quando não tens grandes jogadores nos quadros, porque já os vendestes, então a única solução no imediato é adquirires grandes jogadores aos outros grandes clubes, como é o caso de Bruno Henrique, Gerson e Lucas Veríssimo, indicados pelo Jorge Jesus a direção, uma vez que estes 3 brasileiros tem custos comportáveis para o Benfica e 2 deles até já foram seus atletas, as suas características/qualidades são sobejamente conhecidas do JJ, que saberá melhor que todos, o que podem acrescentar ao plantel do Benfica. Acumulando o custo destas aquisições com as já efetuadas no defeso, o seu total não consumirá sequer os 158 M€ de Capitais Próprios de vantagem, que o Benfica obteve em relação ao F. C. Porto na época passada e o F. C. Porto já contratou os seus 10 reforços, enquanto o Benfica ainda procura fechar as outras 3 posições em falta. É uma falácia, afirmar que, o Benfica investiu forte em 2020/21, pois o investimento liquido de 22 M€ em reforços (98,5 de compras menos os 76,5 em vendas), nem sequer representam o equivalente de investir a totalidade dos 42 M€ de lucro obtido em 2019/20 no fortalecimento da sua equipa de futebol para a época seguinte. Um clube de futebol cujo objetivo principal é obter resultados desportivos, seguramente aplicaria a totalidade dos 42 M€ de lucro obtido na época anterior, nos reforços que necessita para melhorar o seu rendimento desportivo. E o Benfica não aplicou a totalidade desses 42 M€ na sua equipa de futebol, para aumentar os Capitais Próprios.

Por outro lado, o rival F. C. Porto, mesmo tendo tido um prejuízo de -116 M€ na temporada passada (2019/20), continuou a privilegiar a vertente desportiva e conseguiu contratar 10 reforços, para dar ao Sérgio Conceição nesta época 2020/21. Pinto da Costa deu todos os reforços, que o treinador considerava necessários para competir pelos títulos, que iria disputar em 2020/21. O F. C. Porto mesmo sem Capitais Próprios disponíveis, conseguiu trocar a linha atacante quase por completo, pois o seu treinador assim decidiu na sua avaliação técnica, recorrendo a empréstimos investiram dinheiro em Evanilson, Taremi e Tony Martinez, para despachar o Aboubakar, Zé Luís e Tiquinho Soares como o treinador aconselhou. Por isso, não é compreensível que, o Benfica não consiga satisfazer os desejos técnicos do Jorge Jesus, quando no Balanço em 30/06/2020 apresenta um valor elevado de Capitais Próprios (161 M€ positivos), ou seja, superior em 370 M€ aos do F. C. Porto, que é -209 M€ negativo! 


É que Jorge Jesus, ainda espera um Defesa Central (Lucas Veríssimo, depois do Rúben Semedo ter sido riscado pelo LFV, porque o Olympiakos não aceita o transacionar por menos de 10 M€), um médio centro (Gerson ou William Carvalho ou Mady Camara) e um avançado (Bruno Henrique, este é o único avançado com as características que o treinador quer, a preços que o Benfica pode pagar), reforços que o LFV incompreensivelmente não conseguiu contratar no defeso e atualmente já é por demais evidente, para todos que assistiram aos jogos realizados em 2020/21, que são reforçar necessários para o actual plantel. O Benfica necessita de jogadores com as características desses atletas, que o JJ pediu logo na altura em que foi contactado, ele que os assumiu como certos quando aceitou regressar ao Benfica, iludido pelo LFV que a prioridade agora no novo mandato, seria a procura do sucesso desportivo e não a do lucro económico. Afinal acreditou ele que com mais de 160 M€ de Capitais Próprios para investir na sua equipa de futebol, seria possível construir os melhores plantéis em Portugal, só que seria necessário que o LFV quisesse verdadeiramente investir no reforço da sua equipa de futebol.

O grande problema do Benfica é que, LFV claramente privilegia o lucro financeiro em vez do sucesso desportivo, enquanto o seu homólogo PC nesta fase da sua já extensa vida de dirigente, já só se interessa pelos resultados desportivos, pois os problemas financeiros que o clube poderá enfrentar no futuro, é um problema para ser resolvido por quem vier depois lhe suceder no cargo. Na época 2019/20, o Benfica apresentou um lucro de 42 M€ e o F. C. Porto um prejuízo de -116 M€, ou seja, houve uma diferença de 158 M€ entre as 2 equipas que discutiram o titulo taco a taco. E mesmo com esse gigantesco prejuízo, Sérgio Conceição conseguiu que a direção lhe coloca-se a disposição, os 10 reforços que pediu, não esperaram que o Benfica também aplicasse 158 M€ na sua equipa de futebol para 2020/21 para fazerem novas contratações. Como é possível que, o Benfica não consiga invista sequer os 158 M€ (42+116) para ficar nas mesmas condições que estava, comparativamente ao seu rival em 30/06/2019, preferindo antes manter disponíveis mais 158 M€ do que o seu rival em 30/06/2020 em Capitais Próprios comparativamente a 30/06/2019. Ter mais 158 M€ disponíveis que o rival e não os utilizar em reforços pedidos publicamente pelo treinador dia após dia, é um péssimo acto de gestão desportiva. Ter Capitais Próprios no Balanço e não os utilizar no fortalecimento da equipa, quando o treinador claramente necessita desses reforços, não é de que quem procura principalmente obter sucesso desportivo. Economicamente em 5 anos conseguir mais 385 M€ em Resultados Líquidos acumulados  que o clube rival, é algo muito meritório financeiramente, mas desportivamente não abona muito em favor de LFV, o facto de não conseguir sequer investir, o mesmo na sua equipa de futebol, que um rival que, registou menos 385 M€ de Resultados Líquidos nas últimas 5 épocas. 

Aqui está o quadro resumo, que compara as Demonstrações de Resultados do Benfica e do F. C. Porto na última época (2019/20), o agregado comparativo das 4 épocas anteriores a essa (ou seja entre 2015/16 e 2018/19), alem de evidenciar o agregado das 5 épocas do Benfica e do F. C. Porto, além de comparar também esse agregado das últimas 5 épocas das 2 equipas e são 385 M€ de diferença no Resultado Liquido acumulado nas 5 épocas (entre 2015/16 e 2019/20).

Dados retirados das contas publicadas na CMVM do Benfica e do F. C. Porto entre 2015/16 e 2019/20.

Antes dos resultados com transações dos jogadores, os Rendimentos Operacionais do Benfica foram superiores aos do F. C. Porto em 137 M€, no acumulado das últimas 5 épocas. Consultando o quadro, facilmente se comprova que LFV, últimas 5 épocas não deu primazia a vertente desportiva, basta consultar no quadro da diferença entre o Benfica e o F. C. Porto nas últimas 5 épocas, para se constatar que o Benfica além de ter consumido menos 16 M€ com o seu plantel em Gastos com o Pessoal (gastou 386 M€, enquanto o F. C. Porto gastou 402 M€ nestas últimas 5 épocas), também gerou em Resultados Com Transação de jogadores mais 248 M€ que o F. C. Porto, ou seja, o Benfica na pratica investiu na sua equipa de futebol menos 264 M€ (16+248) do que o rival F. C. Porto. O F. C. Porto para ter os plantéis competitivos que apresentou nas últimas 5 épocas, assumiu a necessidade de consumir com a sua equipa de futebol mais 264 M€ do que o Benfica.

Esta grande diferença de investimento no objetivo desportivo, é uma critica que havíamos feito na temporada passada e o tempo veio a dar-nos razão. Com o plantel que o Benfica tinha o ano passado, nunca conseguiria ser campeão contra um F. C. Porto, que beneficiasse do dobro de penaltis do Benfica (em 2019/20, o Benfica usufruiu de um saldo favorável de 6 penaltis e o F. C. Porto usufruiu de um saldo favorável de 12 penaltis!). Foram 6 penaltis de diferença em 2019/20 e nesta época de 2020/21 em 7 jornadas já são 6 penaltis de diferença entre as 2 equipas, por isso, só mesmo jogando o triplo como o JJ quer, será possível ao Benfica obter uma melhor classificação do que obteve em 2019/20. As condições arbitrais enquanto a equipa do Fontelas Gomes se manter em funções não se vão equilibrar.

Em 30/06/2019 a temporada 2018/19  terminou com o Benfica de Bruno Lage campeão. Este jovem treinador que havia construído esse sucesso desportivo, utilizando um 4-4-2 ofensivo como modelo base, apostando no João Félix como a nova estrela da equipa na posição de segundo avançado, nº10 (posição ocupada pelo Jonas nas 5 épocas anteriores), para a época seguinte, pediu apenas 3 reforços para ter o plantel forte e curto que pediu (Fabiansky para Guarda-Redes, Sibidé para defesa direito e Dani Olmo para 2º avançado, na vaga no plantel anteriormente ocupada pelo João Félix que a direção decidiu alienar por 126 M€). Se o plantel de 2019/20 não recebeu esses reforços, a responsabilidade de erro no apetrecho do plantel é da exclusiva responsabilidade da direção do Benfica, que privilegiou a vertente financeira em vez da desportiva, pois quando as contas no final da época 2019/20 foram conhecidas, todos constatamos ai, que o Benfica apresentou 42 M€ de lucro nessa época. Logo contratando esses 3 reforços, teria apresentado lucro no final da temporada na mesma, mesmo que no cumulo do azar, tivessem os 3 reforços contraído lesões graves que hipotecasse o seu contributo desportivo e não conseguissem melhorar os pontos conquistados na Champions com a utilização desses 3 jogadores contratados. Neste cenário mais pessimista, LFV teria tido azar nos investimentos feitos, mas ao menos tinha feito o que lhe competia, não se podia criticar LFV por falta de investimento, quando o treinador assim o aconselhou, agora ficar com o dinheiro guardado (para aumentar os Capitais próprios) e não investir no futebol por opção, tem de ser condenável num clube de futebol. Pois a realidade demonstrou que, esse investimento era uma necessidade imperiosa para se obter o sucesso desportivo. É que para as 3 posições as opções que o Scouting identificou em 15/08/2019 como atletas que particularmente poderiam satisfazer as pretensões do treinador da altura (Bruno Lage) eram:

  1. Fabiansky, Gulásci, Navas, ou Mattia Perin, ou seja, querendo LFV teria conseguido por 10 M€, no máximo por 15 M€ dar ao Bruno Lage o guarda-redes, que ele considerava essencial para a equipa que queria construir em 2019/20. Um ano depois, conseguiu-se contratar o Helton Leite por 1,5 M€! Não se pode dizer que o clube acabou poupando muitos milhões e conseguiu dar ao atual treinador o guarda-redes desejado, pois o JJ publicamente afirma que ainda está a testa-lo em competição, no sentido de conhecer melhor a sua capacidade para ajudar a conquistar os objetivos desportivos do clube.
  2. Djibril Sidibé (acabou assinando no ano passado por empréstimo de 1 ano ao Everton por 2,5 M€ com cláusula de compra de 15 M€), Mukiele ou Bruno Peres, que depois acabou sendo repescado pelo Roma que, o tinha emprestado no Santos. Resumindo no máximo investindo 15 M€ se tinha resolvido as necessidades do plantel nesta posição. Um ano depois contratou-se o Gilberto por 3 M€, particamente o mesmo custo de 1 ano de empréstimo do Sidibé em 2019/20. Só o treinador consegue dizer se 1 ano de empréstimo de Sidibé, para permitir a maturação dos jovens de elite que tem nos quadros (Tomás Tavares e João Ferreira), ou a compra em definitivo do Gilberto por 3 M€, qual é a melhor forma de investimento desportivamente. Só daqui a 1 ano, os adeptos de futebol comprovadamente saberão qual das 2 opções teria sido melhor para o clube. 
  3. Dani Olmo (acabou sendo adquirido pelo RB Leipzig por 20 M€ em Janeiro de 2020), Luca Waldschmidt, Luís Alberto ou Joaquín Correa, pelos vistos em 2019/20 não foi possível contratar nenhum deles investindo menos do que 20 M€ como LFV aparentemente queria alocar no substituto daquele que alienou por 126 M€! Só uma temporada depois, já em 2020/21, LFV conseguiu contratar o Luca Waldschmidt por 15 M€, estes 5 milhões a menos que custa agora, comparativamente ao que era pedido na época passada (antes da COVID19), não deixa de ser um ganho incomparavelmente inferior ao que o Benfica poderia obter, desportiva e financeiramente, se tem contratado por 20 M€ logo de seguida ainda em 2019/20, o substituto do João Félix, elemento que era essencial para o modelo de jogo preconizado pelo Bruno Lage, ainda um treinador sem muito estatuto ou experiência acumulada para poder exigir essa contratação.
Em 17/11/2020 publicamos aqui, que descordávamos da opção do LFV em não aplicar na equipa de futebol do Benfica, o lucro gerado pelo Benfica nessas últimas 4 épocas. Na altura no acumulado dessas 4 épocas, entre 2015/16 e 2018/19, o Benfica já tinha gerado financeiramente uma vantagem de 227 M€ em relação ao F. C. Porto. 227 M€ de diferença para o rival em apenas 4 temporadas já era uma barbaridade! Chegados a essa enorme diferença, qual seria a necessidade de voltar a dar prioridade, em obter lucros superiores ao do principal rival também nesta nova temporada (pela 5ª temporada seguida)? É inconcebível, um rival que perdeu 227 M€ comparativamente ao Benfica nesses 4 últimos anos até essa altura, ainda tenha conseguido investir mais no seu plantel 2019/20, do que o Benfica conseguiu (sem o efeito do Raul de Tomás que só ficou 6 meses antes de sair pelos mesmos 20 M€ que custou, então o Benfica recebeu 220 M€ de vendas de jogadores e reinvestiu apenas 45 M€ desse valor em novos reforços, enquanto que o F. C. Porto investiu 63 M€ dos 88 M€ que recebeu das alienações de passes na época 2019/20). A diferença dos recursos empregues na sua equipa de futebol é enorme, ao ponto de ainda no final da temporada 2019/20, se acrescentar 158 M€ aos 227 M€ de diferença que já vinha dos 4 anos anteriores. Comparativamente podemos constatar que, o Benfica gerou Resultados Económicos superiores ao F. C. Porto, em 385 M€ nas últimas 5 épocas! Mas alguém consegue compreender, qual é a necessidade de um clube ter Resultados Económicos superiores ao seu rival em 385 M€ (em apenas 5 épocas desportivas)! E porque razão um clube opta por não se reforçar no sentido de ter melhor plantel, mas sim simplesmente se limita a continuar a aumentar o seu Capital Próprio? 385 M€ de diferença em apenas 5 épocas, demonstra claramente que o F. C. Porto gasta muito mais do que devia, mas também demonstra que o Benfica, não aplicou os recursos disponíveis na sua equipa de futebol, nas últimas 5 épocas não teve como objetivo principal, construir os planteis mais fortes em Portugal. O objetivo do LFV nestas últimas 5 épocas, é evidente que não foi o de construir os melhores planteis possíveis com os recursos que o futebol do Benfica gerou, mas sim o de capitalização da sociedade desportiva. Não faz sentido, o treinador Bruno Lage pedir apenas 3 reforços que representavam 45 M€, no máximo 50 M€ de investimento, ou seja, um investimento em passes de jogadores que, apenas prejudicariam os resultados financeiros anualmente em 10 M€ (amortização do gasto de 10 M€ por época nos 5 anos de contrato desses 3 reforços), isto se esses investimentos não resultassem em melhores desempenhos desportivos e mais milhões ganhos com pontos conquistados na Champions. Faltou o parco investimento que o treinador de 2019/20 solicitou e agora ainda faltam também 3 dos reforços que haviam prometido ao treinador de 2020/21 para construir uma grande equipa de futebol.

Quantos grandes jogadores além do Bruno Henrique, Gerson e Lucas Veríssimo, o Benfica teria de contratar esta época para apresentar um resultado económica 85 M€ pior do que o do F. C. Porto em 2020/21? Se o Benfica investir muitíssimo na atual temporada, ao ponto de no final da época apresentar um Resultado Liquido do Exercício inferior ao do F. C. Porto em 85 M€, coisa nunca vista é certo, continuaria ainda assim, muito longe de consumir os 158 M€ de diferença ocorrida na época passada entre os 2 clubes (158=42+116). Nesse cenário mais gastador de sempre numa época, então em 30/06/2021, o Benfica teria acumulado mais 300 M€ em Capitais Próprios comparativamente ao F. C. Porto nas últimas 6 épocas, em vez dos 385 M€ que tem neste momento em 5 anos. Que Benfiquista trocaria ter grandes probabilidades de chegar no final desta época, festejando o 4º dos últimos 6 campeonatos disputados, tendo plantel capaz de conquistar a Liga Europa também (ao mesmo tempo que acumula mais 300 M€ de Capitais Próprios comparativamente ao F. C. Porto nas últimas 6 épocas), pela hipótese de ter mais 385 M€ de Capitais Próprios acumulados comparativamente ao F. C. Porto nas últimas 6 épocas, mas neste caso não reunindo condições para conquistar o 4º dos últimos 6 campeonatos disputados nem hipóteses de lutar pela Liga Europa. Ter mais 85 M€ de Capitais próprios ganhos ao rival em 6 épocas (385 em vez de 300), não é um objetivo que compensa o facto de, diminuir as probabilidades de sucesso desportivo, de diminuir as hipóteses de ter planteis de alta qualidade futebolística para almejar alcançar grandes objetivos desportivos. 300 M€ melhor que o teu principal rival em 6 épocas devia ser um objetivo económico mais do suficiente, pois o objetivo principal de um clube de futebol não é acumular Capital, não se justifica uma ambição de obter uma vantagem de 385 M€ para o rival em apenas 6 épocas, a custa de um menor investimento direto na equipa de futebol.

É que um clube quando investe menos 300 M€ na sua equipa de futebol do que o seu rival em 6 épocas, tem de saber que nessas 6 temporadas, está em média a gastar menos 50 M€ por época do que o rival, logo não pode esperar nunca conquistar mais de metade dos 6 campeonatos disputados nesse período, por melhor que sejam as qualidades dos treinadores que contratou ou é a sua capacidade de escolher e construir equipas com baixos recursos (mais de 300 M€ de diferença para o rival em 6 épocas, é demasiado para se ambicionar ter mais sucesso desportivo que o rival de uma forma consistente). Um presidente do Benfica, que durante 6 épocas acumula mais de 300 M€ em Capitais Próprios do que o seu rival, ou seja aplica na sua equipa de futebol menos 300 M€ do que o seu principal rival, tem de ter a noção que não está a fazer tudo o que seria possível fazer para construir planteis mais competitivos (se nas últimas 5 épocas acumulou 157 M€ de Lucros, pelo menos querendo ser mais competitivo desportivamente, podia ter investido esses 157 M€ na sua equipa de futebol sem dar prejuízo, provavelmente bastaria isso para se manter no 6º lugar do Ranking UEFA que ocupava em 2015. Esta é a realidade que os dirigentes do Benfica não podem esquecer, é que o sucesso desportivo de forma constante requer investimentos em manter grandes jogadores no planteis do clube em cada ano. 

Na sua opinião, o Benfica devia fazer um grande investimento em Janeiro 2021 ou não?

3 comentários:

Alberto João disse...

Na minha opinião os sócios deviam ter libertado o clube deste presidente em tempo útil. Não o tendo feito tanto faz se investem ou não investem em Janeiro. O problema nunca foi mais ou menos investimento, mas bom investimento em jogadores que realmente fossem mais valias desportivas e não investimentos pensados para gerar mais valias financeiras para os comissionistas. Agora quem votou nisto que aguente mais quatro anos assim. Merecem!

ChakraIndigo disse...

Acreditando no Presidente, este é que vai ser "o mandato desportivo".
Vamos ver em Dezembro o que acontece para então vermos o que pretende a direcção.

Já agora, parabens pelo post, eu ando desde 2017 a escrever sobre a má politica desportiva/investimento desportivo no Benfica, e só falta crucificarem-me por criticar o que esta analise demonstra de forma clara e inequívoca.

O Benfica não serve para gerar lucros, serve para gerar títulos.

Mas pronto, são 5 em 7 e mais não sei o quê!

Viva o Benfica.

sergiosousa12 disse...

Excelente análise!
LFV tem que entender de uma vez por todas que não está a gerir uma empresa mas sim um clube desportivo independentemente de ter SAD.
Dá-me às vezes ideia que prefere ter 40/50 milhões de euros de lucro e não conquistar nada do que ter 1 milhão de euros de lucro e ganhar algo nem que seja uma taça de Portugal ou da liga...