sábado, 31 de outubro de 2020

Batota financeira! F. C. Porto com prejuízo de -116 M€ na época 2019/20 para garantir entrada na Champions.

O F. C. Porto finalmente apresentou o Relatório e Contas de 2019/20, neste que foi o pior exercício económico de sempre do clube e de qualquer outra SAD Portuguesa desde que elas foram constituídas em 30/07/1997 (F. C. Porto), 20/10/1997 (Sporting) e 10/02/2000 (Benfica). Constituída com um CAPITAL SOCIAL DE 112,5 M€, a SAD do F. C. Porto em resultados acumulados desde sempre regista -322 M€ de PREJUÍZOS ACUMULADOS, dai que em 30/06/2020 apresente um CAPITAL PRÓPRIO DE -209 M€ (NEGATIVO), enquanto a Benfica SAD, constituído com um CAPITAL SOCIAL DE 115 M€, em resultados acumulados desde sempre regista 46 M€ de LUCROS ACUMULADOS, dai que em 30/06/2020 apresente um CAPITAL PRÓPRIO POSITIVO DE 161 M€. Estamos, pois a falar de 370 M€ de diferença em CAPITAL PRÓPRIO à data de hoje, entre os 2 clubes que tem repartido os títulos em Portugal e cujos Capitais Sociais eram muito semelhantes aquando da sua constituição! Mesmo que a SAD, tivesse sido constituído na época passada com um Capital Social de 112,5 M€, nunca deveria ser permitido, numa só temporada estourar todo esse Capital, que entrou na SAD, quanto mais numa SAD que já carregava em resultados transitados -206 M€ de prejuízos acumulados, acrescentar ainda outros -116 M€ de prejuízo na última época, ao ponto de ter agora registado -322 M€ de prejuízos acumulados transitados para a época 2020/21. -322 M€ de prejuízos acumulados transitados e nenhum castigo real da UEFA!

 

Na UEFA, está provado que o fair-play financeiro é uma falácia, que não se aplica a todos os clubes. O Manchester City inicialmente tinha sido castigado com a exclusão das competições da UEFA já para 2020/21, mas após recurso, o castigo foi revertido e atualmente continua a marcar presença na Champions, conseguindo mesmo comprar o Rúben Dias por uns incríveis 68 M€ neste defeso, está no mesmo grupo de um outro clube incumpridor (F. C. Porto), que após apresentar um prejuízo de -58,4 M€ na época 2015/16, caiu na alçada da UEFA por incumprimento financeiro, mas mesmo estando supostamente em vigilância/controlo apertado financeiro, conseguiu ser o clube Português, que suportou maiores GASTOS COM O PESSOAL nesse período das últimas 5 épocas (desde julho 2015 até junho de 2020, o F. C. Porto suportou 402,4 M€, mais 15,9 M€ que o seu principal rival interno, o Benfica que, suportou 386,5 M€ de GASTOS COM O PESSOAL nesse período das últimas 5 épocas). Não admira que F. C. Porto e Benfica tenham sido os únicos clubes que repartiram entre si, os títulos em Portugal nas últimas épocas, tem orçamentos para o futebol muito superiores as outras equipas portuguesas (o Sporting é a 3ª equipa, apenas conseguiu suportar 316,2 M€, menos 86,2 M€ que o F. C. Porto nestas últimas 5 épocas). A competitividade desportiva de um clube não resulta somente do que consegue gastar em salários, temos também de ter em consideração o investimento que o clube faz na aquisição de passes de jogadores para o seu plantel. Assim sendo, podemos também verificar que nestas últimas 5 épocas, em AMORTIZAÇÕES E PERDAS DE IMPARIDADE DO PLANTEL E GASTOS COM TRANSAÇÕES DE JOGADORES, o F. C. Porto suportou 313,6 M€, mais 30,7 M€ que o Benfica que suportou 282,9 M€ em AMORTIZAÇÕES E PERDAS DE IMPARIDADE DO PLANTEL E GASTOS COM TRANSAÇÕES DE JOGADORES. Resumidamente, temos que nas últimas 5 épocas, um F. C. Porto supostamente intervencionado pela UEFA, conseguiu continuar a ser o clube Português, que mais gasta com a sua equipa de futebol, ao ponto de ter conseguido suportar mais 46,6 M€ que o Benfica conseguiu suportar nestas últimas 5 épocas (+15,9 M€ em GASTOS COM O PESSOAL +30,7 M€ em AMORTIZAÇÕES E PERDAS DE IMPARIDADE DO PLANTEL E GASTOS COM TRANSAÇÕES DE JOGADORES). E nem se pode dizer que, o clube conseguiu isso recorrendo aos rendimentos dos passes de jogadores que alienou, pois nestas últimas 5 épocas, o F. C. Porto, gerou um resultado negativo de -12,2 M€ com transações de jogadores, ou seja conseguiu se reforçar 12,2 M€ em passes de jogadores, enquanto o Benfica nestas últimas 5 épocas, obteve RESULTADOS OPERACIONAIS COM TRANSAÇÕES DE JOGADORES positivos de 236,1 M€ (desinvestiu na sua equipa de futebol para gerar rendimentos financeiros). Vemos que os RENDIMENTOS OPERACIONAIS SEM TRANSAÇOES DE JOGADORES NAS ÚLTIMAS 5 ÉPOCAS SÃO NEGATIVOS (-13,6 M€ no Benfica e -125,2 M€ no F. C. Porto), o que leva a que sejam clubes vendedores, até porque também tiveram de suportar -64,2 M€ e -86,9 M€ em juros respetivamente. Ou seja, pertencendo a um campeonato periférico na Europa, o Benfica para ter meios financeiros para construir plantéis para competir nas competições Europeias, viu-se forçado a transacionar os seus melhores jogadores (João Félix, Ruben Dias, Renato Sanches, Sálvio, Raúl Giménez, Talisca, Gonçalo Guedes, Nelson Semedo, Lindelof, Ederson, etc), gerando nestas últimas 5 épocas, RENDIMENTOS COM TRANSAÇÕES DE JOGADORES de 519,1 M€, mais 218,8 M€ que o F. C. Porto que obteve 301,4 M€ de RENDIMENTOS COM TRANSAÇÕES DE JOGADORES e incorreu em 313,6 M€ GASTOS COM PASSES DE JOGADORES nas últimas 5 épocas. Como se vê, a  UEFA, não conseguiu obrigar o F. C. Porto, a vender passes dos jogadores de modo a forçar o cumprimento o fair-play financeiro, pois neste período das últimas 5, incorreu em 12,2 M€ de GASTOS COM PASSES DE JOGADORES a mais do que as rendimentos gerados com passes de Jogadores. Com estes números que a realidade demonstra, quem acredita que efetivamente um clube que entra em incumprimento do fair-play financeiro fica realmente limitado desportivamente. Em 2015/16, o F. C. Porto registava 75,8 M€ de GASTOS COM O PESSOAL e 68,3 M€ em AMORTIZAÇÕES E PERDAS DE IMPARIDADE DO PLANTEL E GASTOS COM TRANSAÇÕES DE JOGADORES e passou as 4 épocas seguintes sem nenhum sinal evidente duma tentativa responsável de inversão dessa situação de incumprimento, ao ponto de em 2019/20 registar 82,9 M€ de GASTOS COM O PESSOAL e 68,7 M€ em AMORTIZAÇÕES E PERDAS DE IMPARIDADE DO PLANTEL E GASTOS COM TRANSAÇÕES DE JOGADORES. É evidente que não há melhorias, quando vemos que em 2015/16 gastava com o seu plantel de futebol 144,1 M€ (75,8+68,3) e em 2019/20 gasta 151,6 M€ (82,9+68,7). Onde está a contenção, que o fair-play financeiro supostamente impõe?

De seguida podemos ver o quadro resumo das contas publicadas na CMVM, referentes a época 2019/20 e no lado direito do quadro temos o agregado das últimas 5 épocas.

Por este quadro resumo das últimas 5 épocas, em que supostamente o F. C. Porto esteve intervencionado pela UEFA e mesmo com estes números não foi ainda excluído das competições Europeias, então quem necessita de conter os GASTOS COM PESSOAL dentro dos 70% do total do seu RENDIMENTO OPERACIONAL? Em 2019/20, os GASTOS COM O PESSOAL no F. C. Porto representam 95% do TOTAL RENDIMENTOS OPERACIONAIS SEM TRANSAÇOES DE JOGADORES (82,9M€/87,3M€), no acumulado destas 5 épocas representam 74% do TOTAL RENDIMENTOS OPERACIONAIS SEM TRANSAÇOES DE JOGADORES (pois, 402,4M€/544,2M€ é igual a 74%). Os GASTOS COM O PESSOAL do Benfica nas últimas 5 épocas, representaram apenas 57% do TOTAL RENDIMENTOS OPERACIONAIS SEM TRANSAÇOES DE JOGADORES (pois, 386,5M€/681,5M€ é igual a 57%).

Meu amigo pode perguntar, que se o fair-play financeiro é uma treta em Portugal, então como se justifica o castigo ao Vitória de Setúbal? Meu amigo, só a Liga pode responder a essa pergunta. Pedro Proença não pode orgulhosamente apresentar o F. C. Porto como o melhor para representar Portugal na Champions e ao mesmo tempo se envergonhar de ter na competição profissional uma equipa incumpridora ao nível do Vitória de Setúbal. Já parece aquela velha história das dividas ao Banco, que diferencia quem tem 50 mil euros em divida, de quem deve 50 milhões de euros. Neste caso para os responsáveis da nossa Liga, um Prejuízo de -5 M€ é um roubo, concorrência desleal punível, agora um prejuízo superior a -116 M€ é um simples desvio. Quem tem a obrigação de garantir uma concorrência financeira saudável na competição, é a Liga liderada pelo Pedro Proença (como dirigente continua a beneficiar o F. C. Porto, como sempre fez na sua carreira de arbitro). Pedro Proença, até ao momento ainda não se pronunciou sobre este resultado record em Portugal, mas antes já condenou publicamente o Vitória de Setúbal pelos excessivos gastos incorridos pela sua administração comparativamente aos seus rendimentos (como pena desportiva, o clube viu-se privado de ocupar o lugar que conquistou dentro do campo, pois na ótica da Liga ficou a frente do Portimonense porque fez batota financeira). Será que a justiça se aplica a todos os concorrentes da Liga Portuguesa?  Para Pedro Proença, houve concorrência financeira desleal na luta pela manutenção, mas não conseguiu enxergar nada disso na luta pelo título (entrada na Champions) e neste caso estamos a falar de ter acesso direto a 40 M€ pela participação. Como serão ressarcidos os clubes que ficaram em 2º, 3º, 4º classificados e que consequentemente acabaram ficando sem acesso aos milhões da Champions em 2020/21, ou os que nesta temporada também sairão prejudicados se algum clube irresponsavelmente decidir gastar mais de 100 M€ do que as receitas que gera.

Será que houve concorrência financeira desleal na luta pela entrada na Champions (acesso a 40 M€)? É a pergunta que o Pedro Proença devia responder urgentemente


2 comentários:

V. Galrinho disse...

Boa noite,
Queria felicitar blog pelo excelente trabalho que nos apresenta, imagino que deve dar muito trabalho as pesquisas mas gostava de fazer uma sugestão caso pensem algum dia em alargar as vossas estatísticas, já que tinha curiosidade em saber quantos pontos o Porto perde com equipas treinadas por ex-jogadores do Benfica e quantos perde com ex-jogadores do Porto.

Cumprimentos,
V. Galrinho

Francisco disse...

Caros Benfiquistas o Pedro Proença sempre se escondeu atras da capa do sou do Benfica, mas ele sempre foi anti Benfica e sempre fez o jogo sujo a favor dos Corruptos sempre os ajudou enquanto arbitro e agora continua cos os favores au mesmo, quem o escolheu para um lugar em que este nunca teve vocação, o velho bufas o tal do BANDIDO junto com o MITOMANO, os tais da aliança no Altis, pois tinham que tirar dividendos, com toda a escumalha que transitou do APITO DOURADO para a F.P.F disciplina arbitragem e Liga, os frutos estão ai só que agora os erros a favor dos CORRUPTOS já não dão frutos pois nem com as ajudas dos árbitros ganham o que tem que fazer para inverter isso ora prejudicar o BENFICA, como temos visto, até as linhas já trocam, mas BANDIDOS são sempre BANDIDOS, uns fogem para Vigo outros para a cidade do futebol.