sábado, 19 de novembro de 2016

A culpa é do arbitro ou da incrível taxa de penaltis falhados

O F. C. Porto foi o primeiro grande a ser eliminado na Taça de Portugal na temporada 2016/17 ao perder por 3-2 nas marcações de grandes penalidades contra o Desportivo de Chaves, num jogo que havia terminado 0-0 quer nos 90 minutos regulamentares, quer depois de mais 30 minutos de prolongamento.
Nuno Espirito Santo após ser eliminado de uma competição pela 1ª vez na actual temporada, afirmou "Estamos magoados e revoltados com o que aconteceu. Não que pense que seja premeditado, mas o árbitro não viu um penálti claro. Se o árbitro tivesse visto não tínhamos chegado à lotaria dos penáltis." 

Num jogo decido pelo desempate das grandes penalidades, muito dificilmente poderiamos atribuir toda a responsabilidade pelo menor rendimento nesse momento do jogo ao arbitro, mas a cultura reinante em Portugal é esta, quando se perde a culpa é sempre do arbitro, por isso atirou-se com a culpa toda para o João Capela, com o argumento que podia ter assinalado um penalti! É que para cúmulo, os comandados do Nuno Espirito Santo até falharam 3 grandes penalidades dos 5 tentados no desempate por grandes penalidades e foram completamente desresponsabilizados por este resultado final, pelo menos aos olhos do seu treinador. Nuno Espirito Santo não dá conta que esta falta de exigência em relação aos seus comandados poderá se tornar muito nocivo para o desenvolvimento dos seus próprios jogadores. 
Desculpabilização e desresponsabilização total! Veremos o que traz o futuro!

O F. C. Porto falhar grandes penalidades nos jogos dirigidos pelo João Capela parece ser uma sina, pois mesmos antes destes 3 penaltis falhados nesta eliminatória da taça, se nos concentrarmos nos jogos dos últimos 9 campeonatos dirigidos por este arbitro, constatamos que o F. C. Porto já desperdiçou 5 grandes penalidades dos 7 penaltis favoráveis concedidos pelo João Capela nos 15 jogos do clube que dirigiu nesse período. 

Ter 5 grandes penalidades falhados em 15 jogos é realmente muito pouca sorte! 
Pouca sorte ao jogo nem sempre resulta de pouca sorte arbitral. 
Atenção que, beneficiar de 7 penaltis favoráveis em 15 jogos em princípio será considerado ter sorte com a arbitragem, pois em média em 15 jogos, os candidatos ao titulo nem chegam a usufruir de 4 grandes penalidades favoráveis assinaladas. 

Nos jogos arbitrados pelo João Capela o F. C. Porto conquistou 71% dos pontos possíveis e teria conquistado 84,4% do pontos possíveis, simplesmente se tivesse convertido os penaltis que dispôs. Pois, se por exemplo, o Hulk tem concretizado aos 4 minutos o penalti em golo, o resultado final não teria sido Olhanense 0 - F. C. Porto 0 na época 2011/12, se o Jackson aos 83 minutos com o resultado em 1-1 tivesse concretizado o penalti em golo, o resultado final não seria Marítimo 1 - F. C. Porto 1 na época 2012/13, se aos 59 minutos o Quaresma tivesse concretizado o penalti em golo, o resultado final não teria permanecido Nacional 2 - F. C. Porto 1 até ao final na época 2013/14, se aos 84 minutos o Danilo tivesse concretizado o penalti em golo, o resultado final não teria permanecido Académica 1 - F. C. Porto 0 até ao final também na época 2013/14. Só aqui vemos 4 exemplos em que teria sido possível ao F. C. Porto conquistar directamente com os penaltis favoráveis concedidos pelo João Capela mais 6 pontos do que aqueles que efectivamente conquistou nesses jogos, bastava simplesmente ter melhor eficácia em converter penaltis. Como se vê, estatisticamente é raro mas por vezes acontece, determinado clube ter sorte com as decisões arbitrais e ao mesmo tempo não ter pontualmente sorte nesses jogos. Mas como sabemos quando os resultados não aparecem culpabiliza-se os árbitros. Por maior que seja o número de penaltis favoráveis assinalados por esse arbitro, quando não se ganha a culpa tende a ser sempre imputada ao arbitro. 

De todo o quadro de árbitros, João Capela com 7 penaltis favoráveis assinalados é aquele que já assinalou mais penaltis favoráveis ao F. C. Porto nos últimos 9 campeonatos, seguem-se o Artur Soares Dias e o Hugo Miguel que assinalaram 5 cada. Dos 4 candidatos ao titulo só o Artur Soares Dias foi capaz de assinalar mais do que 7 penaltis favoráveis a uma dessas 4 equipas, no caso foram 11 penaltis favoráveis ao Sporting em 27 jogos do clube dirigidos.

Como sabem aqui no blog contabilizamos todos os penaltis assinalados nos últimos 9 campeonatos envolvendo jogos dos 4 candidatos ao titulo, logo como o F. C. Porto, Benfica, Braga e o Sporting neste período em conjunto beneficiaram de 246 penaltis favoráveis em 1.032 jogos, podemos constatar pois, que em média os candidatos ao título beneficiam de 1 penalti favorável por cada 4,2 jogos disputados. Como os 4 clubes em conjunto marcaram 1.996 golos nestas últimas 9 temporadas, então podemos concluir que em média um candidato ao titulo beneficia de 1 penalti favorável por cada 8,1 golos que consegue marcar e o F. C. Porto nos 15 jogos dirigidos pelo João Capela marcou 30 golos (beneficiando de 7 penaltis favoráveis), ou seja em média com João Capela assinalou 1 penalti favorável ao F. C. Porto por cada 4,2 golos que o clube conseguiu marcar, quando devia ser por cada 8,1 golos marcados que é média de um candidato ao titulo. Logo não faz muito sentido exigir mais penaltis assinalados a este arbitro.

Durante a temporada os clubes consoante as capacidades evidenciadas ou falta dela vão vendo reduzidas as suas hipoteses de sucesso desportivo nos diversos objectivos incialmente estabelecidos.
Que repercução terá no resto da temporada este primeiro insucesso da equipa orientada pelo Nuno Espírito Santo? Possíveis respostas:
1 - As restantes provas também não vão trazer melhores resultados desportivos ao clube mesmo que o internacional Pedro Proença volte a apitar.
2 - Este será uma das poucos insucessos desportivos na época para o clube, 
3 - Este será o último insucesso desportivo do clube nesta temporada com ou sem Pedro Proença.

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