quinta-feira, 17 de setembro de 2015

COMPARAÇÃO ENTRE OS 8 ÁRBITROS QUE DIRIGIRAM CLÁSSICOS E OS RESTANTES ÁRBITROS DA LIGA

Ponto Prévio: O rendimendo dos clubes é quantificável, podemos determinar a % de pontos que um clube conquista em média com todos os árbitros e a % de pontos conquistados pelo clube com cada um dos árbitros em concreto. 

Como é óbvio, todos os clubes preferem ter nos seus jogos contra os adversários mais difíceis, árbitros com os quais conseguem conquistar uma maior % de pontos. 

Como referimos anterioriormente ao publicarmos os árbitros nomeados para os jogos do campeonato nestas últimas 8 épocas, o F. C. Porto teve uma clara vantagem no seu rendimento com os 8 árbitros que participaram nos últimos 15 clássicos para o campeonato. Apesar de nos 218 jogos de cada clube nas 8 épocas, a diferença entre a % de pontos conquistados pelos 2 clubes ser de 3% em média, ela se transforma em 12% de diferença, quando somente consideramos os 8 árbitros que arbitraram os clássicos. 

Com base no "post" anterior e nos dados estatísticos que o quadro aqui publicado, demontra-se que: 

  • Dos 8 árbitros que foram nomeados para os clássicos das últimas 8 épocas (15 jogos), o F. C. Porto tem um melhor desempenho que o Benfica, com 5 desses árbitros. Com os outros 3 árbitros que dirigiram clássicos nas últimas 8 épocas, o Benfica tem um melhor rendimento do que o F. C. Porto, esses árbitros apenas foram nomeados uma vez cada (Rui Costa, João Ferreira e Lucílio Baptista).
  • O Pedro Proença e o Jorge Sousa, dirigiram 4 vezes cada o clássico (Benfica-F. C. Porto) e são os dois árbitros que mais vezes foram nomeados para os clássicos. Consultando todo o quadro de árbitros e comparando o rendimento médio dos clubes com cada arbitro, constatamos que Pedro Proença e o Jorge Sousa são o 2º e o 3º com os quais o F. C. Porto teve uma maior vantagem no rendimento pontual médio em relação ao Benfica nas últimas 8 épocas. O arbitro com o qual se verificou uma maior vantagem para o F. C. Porto foi o Olegário Benquerença, arbitro que foi contemplado com a nomeação para 1 confronto direto F. C. Porto-Benfica, enquanto que o arbitro com o qual se verifca a maior vantagem na % de pontos conquistados do Benfica em relação ao F. C. Porto é o Bruno Paixão, sendo que este não foi nomeado para nenhum clássico e nem seguer o foi para um jogo do F. C. Porto que envolvesse outra das equipas poderosas do campeonato nacional (Sporting, Guimarães, Braga ou Marítimo).
  • Nos últimos 15 clássicos, foram 12 as partidas em que foi nomeado um arbitro com o qual, o F. C. Porto conquistou uma % de pontos maior do que o Benfica conquistou, com esse mesmo arbitro. Sendo que em 9 desses jogos existia uma vantagem muito significativa, ou seja superior a 20% no rendimento do F. C. Porto em relação ao Benfica com esse arbitro. O Benfica nos últimos anos aqui analisados, não tem tido a sorte de jogar os clássicos, beneficiando da nomeação de árbitros com os quais, estatisticamente tem uma vantagem evidente sobre o F. C. Porto. 
  • Nos últimos 8 campeonatos, com os 8 árbitros (Olegário Benquerença, Pedro Proença, Jorge Sousa, Artur Soares Dias, Duarte Gomes, Rui Costa, João Ferreira e Lucilio Baptista) que dirigiram os clássicos, rivalidade mais importante do calendário competitivo nacional nas últimas épocas, o Benfica conquistou 171 pontos em 86 jogos (66% dos pontos possíveis), percentagem significativamente inferior aos 86% dos pontos que o clube conquistou em média com todos os restantes árbitros no mesmo período. Uma das razões para esta significativa quebra de 20% no rendimento do Benfica, com estes 8 arbitros enquanto que o F. C. Porto, somente diminui 4%, é o facto destes 8 árbitros terem permitido ao F. C. Porto beneficar de um saldo favorável de 32 decisões arbitrais (19 penlatis e 13 expulsões favoráveis), enquanto que o Benfica com esses mesmos 8 árbitros usufruiu de um saldo favorável de 18 decisões arbitrais (10 penaltis e 8 expulsões favoráveis). Estamos a falar de uma vantagem de 14 decisões arbitrais criada pelas decisões tomadas por estes 8 árbitros. As condições arbitrais com que as duas equipas competiram com estes 8 árbitros claramente não são equivalentes.
  • Já no que toca aos restantes jogos do campeonato que não foram dirigidos por nenhum dos 8 árbitros acima referidos, verificamos que o Benfica e o F. C. Porto acabaram por competir em condições arbitrais muito semelhantes. O F. C. Porto em 139 jogos, beneficiou de um saldo favorável de 43 decisões arbitrais (32 penaltis e 11 expulsões favoráveis) e o Benfica em 132 jogos, beneficiou de um saldo favorável de 41 decisões arbitrais (23 penaltis e 18 expulsões favoráveis). Quanto ao rendimento nesses jogos o Benfica conquistou em média 86% dos pontos possíveis e o F. C. Porto conquistou em média 82% dos pontos possíveis, ou seja, tal como no número de decisões arbitrais favoráveis com que as 2 equipas competiram nesses jogos dirigidos pelos restantes árbitros, não há uma grande diferença na % de pontos conquistados pelos 2 clubes.
O quadro seguinte, divide-se em dois lados, sendo que, num dos lados estão os dados agregados dos 8 árbitros e no outro lado, os dados agregados de todos os restantes árbitros desde a época 2008/09 até a 4ª jornada desta época 2015/16.


Quem é frequentador assíduo deste blog, sabe que aqui consideramos como pontos com influência arbitral direta, os pontos acrescentados por um último golo de penalti ou após uma expulsão. Simplesmente seguimos um critério objetivo, para obter de uma forma estatística a "sorte" que cada clube teve com as decisões arbitrais, em vez de, subjetivamente tentarmos catalogar uma decisão arbitral como certa ou errada.
Aconselho a ver os dados do quadro com muita atenção, ver que a diferença no rendimento e a sua correlação com o número de decisões arbitrais tomadas. Mais do as palavras aqui expressas, acredito que os números espelhados no quadro acima lhe vão permitir conhecer melhor a realidade competitiva que os principais clubes enfrentam na nossa Liga. 

Todos nós sabemos que nos últimos anos, nestes 8 árbitros estão aqueles que verdadeiramente fizeram a diferença entre o sucesso ou insucesso desportivo dos clubes, pois dirigiram a esmagadora maioria dos jogos difíceis, em que se decidem os primeiros lugares da tabela classificativa. 
Quantos jogos importantes do F. C. Porto, Benfica, Braga e Sporting não realizaram o Olegário Benquerença, o Pedro Proença e o Jorge Sousa? 
Pelo nosso critério de que arbitros que, alterem em mais de 20% o rendimento das equipas, não devem dirigir jogos importantes dessa equipa, estes 3 árbitros não deviam ser nomeados.
Pelo simples facto de criarem uma diferença superior a 20% entre dois dos princípais candidatos ao titulo, nunca lhes deveria ser confiada tamanha responsabilidade em sucessivos jogos com grande relevância na definição do campeão nacional, uma vez que, os seus dados estatísticos deixam transparecer, que nas suas decisões arbitrais, existe uma evidente tendência que favorece um dos candidatos.

Em 8 épocas, os 2 clubes tem uma diferença de 3% no seu rendimento médio, assim sendo, não se percebe esta dificuldade do Conselho de Arbitragem em conseguir encontrarmos em mais de 10 das 15 nomeações, árbitros com os quais os 2 clubes tem um diferença no seu rendimento pontual inferior a 5%, nem se compreende como os dois clubes não conquistaram nos últimos 8 campeonatos, em média uma % de pontos muito semelhante com os árbitros recorrentemente nomeados, em média nunca deviamos constatar uma diferença superior a 5% no rendimento dos dois clubes

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