Foi um crime publico, é o que se ouve constantemente nas noticias. Sendo caso disso, causa estranheza que os agentes de autoridade não tenham detido de imediato o agressor. Que se saiba até ao momento, ninguém foi responsabilizado/punido pelo referido crime publico a que todos assistimos. Neste momento aguarda-se pelas respostas da Federação Portuguesa de Futebol e em última instância do próprio Estado, para finalmente se conhecer quais são efectivamente as punições a que o agressor estará sujeito. Aparentemente em Portugal não vamos continuar a desculpabilizar a violência no futebol.
Esta agressão que assistimos esta semana, foi reconhecida por todas os responsáveis do futebol nacional como a mais mediatica a que um árbitro esteve sujeito nesta épcoca 2016/17. Foi uma situação bastante grave que ocorreu num jogo envolvendo a equipa do Canelas, equipa cujos adversários através de sucessivas falta de comparência aos seus jogos nesta época, já haviam alertado as entidades competentes para a anormal situação de violência associada a esta colectividade. Nada se fez para combater essa violência. Infelizmente não é novidade nenhuma o que aconteceu, todos sabem que esta agressão no jogo do Canelas não foi uma situação isolada no futebol português. E aqui a falha também tem de ser assumida pelos responsáveis pela organização das competições.
Como chegamos a este ponto de desculpabilização constante de agressões aos árbitros?
Foram muitos anos de impunidade das agressões aos árbitros, essa é a grande verdade. Quem não se lembra dos jogadores a correr atrás dos árbitros, peitadas aos árbitros sem que haja as devidas punições, tudo sempre tem vindo a ser desculpabilizado.
Neste caso tambem a defesa do agressor quer aproveitar do histórico não punitivo em beneficio do seu constituinte. Por sinal para evitar o castigo, nas primeiras declarações publicas que proferiu, o advogado do agressor desta semana já veio dizer, que as situações de agressões são normais no futebol português dando o exemplo do João Pinto no mundial de 2002 e referindo publicamente que devem tratar todos os envolvidos em cenas de violência sobre os árbitros da mesma forma independentemente do peso das camisolas. O histórico de punições referentes a agressões sobre os arbitros não tem sido verdadeiramente dissuasores para os infractores e ele quer usar esse facto em sua defesa.
Admitamos que neste caso teremos um castigo exemplar, que finalmente a disciplina é exercida com autoridade como devia ser sempre em casos de agressões a arbitros, pois é a única forma de evitar futuras situações mais gravosas.
No dia em que for conhecido o castigo ao Marco Gonçalves, não admirava nada, ouvirmos da boca do seu defesor que tal castigo só acontece pelo facto do jogador representar o modesto Canelas e que se a agressão tivesse sido cometido por alquém que envergasse uma camisola com mais peso, o castigo seria insignificante, pois o próprio Marco Gonçalves como espectador já assistiu a diversas agressões sem nenhuma punição.
Não quero nem equacionar o pior cenário, o de mais uma vez ser bastante insignicante o castigo, mesmo depois de todo o alarido a volta deste caso, pois tal ainda iria aumentar mais o sentimento de impunidade reinante no futebol português. O que será necessário para um jogador ser sancionado por desreipeitar os árbitros? Não me digam que isso depende da camisola que o jogador representa.
Alguém sabe qual foi a punição que o Deco teve quando atirou a bota ao arbitro?
Pois é, meus amigos, cumpriu apenas 1 jogo de suspensão pelo cartão vermelho que recebeu no jogo.
Podem dizer que os tempos agora são outros e que agora é obrigatório qualquer jogador respeitar o juiz da partida, mas o histórico recente também não demonstra isso, pois na actual época aconteceu isto:
Alguém sabe qual foi a punição que o Danilo teve por esta atitude sobre o arbitro?
Pois é, meios amigos, que se saiba cumpriu apenas 1 jogo de castigo pelo vermelho que viu no jogo. Ninguém esclareceu se há processo disciplinar ou não neste caso. Esta enraizado na cabeça das adeptos que a disciplina apenas é aplicada aos clubes pequenos em Portugal, pois os jogadores dos grandes clubes tem muitos adeptos a defender a sua não punição quando se envolvem em disputas com os árbitros. E oa árbitros são normalmente o parente pobre desta situação, pois não têm adeptos que os possam defender dos ataques que são alvos em campo.
Em Portugal apenas o Diogo Sousa teve esta época uma penalização de meses por agredir um arbitro.
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