No rescaldo de mais um clássico, com a 6ª nomeação consecutiva de um arbitro da
A. F. Porto para um Benfica-F. C. Porto, vamos aqui analisar as nomeações das últimas 8 épocas.
Ponto prévio: Como é do conhecimento geral
o F. C. Porto e o Benfica dividiram entre si todos os títulos de campeão
nacional atribuídos nas últimas épocas, no acumulado das últimas 8 épocas,
desde a época 2008/09 até a 22ª jornada da época 2015/16, o F. C. Porto
conquistou 567 pontos e o Benfica 555 pontos. Para se ter uma ideia da
diferença do rendimento médio, destas duas equipas para as restantes da nossa
liga, podemos informar que a 3ª equipa com melhor desempenho foi o Sporting, (conquistou 461 pontos, ou seja, menos 106 pontos que o F. C. Porto nos
últimos 236 jogos).
A arbitragem é um tema que a esmagadora
maioria dos adeptos considera fundamental na definição dos campeões em
Portugal, vamos então analisar quais foram as equipas com maiores vantagens
arbitrais. Nos clássicos (Benfica -F. C. Porto), os números demonstram que
foram maioritariamente dirigidos por árbitros com os quais o F. C. Porto
evidência uma enorme vantagem em relação ao Benfica no que toca ao rendimento
pontual médio do clube com esses árbitros nas últimas 8 épocas.
Quem acompanha este blog, sabe que aqui utilizamos dados estatísticos objectivos para definir pontos sem influencia arbitral direta e pontos com influência arbitral direta.
Todos os pontos acrescentados após uma expulsão e com um último golo marcado na partida através de 1 penalti são aqui catalogados de pontos com influência arbitral direta.
Nestes dados estatísticos retiramos toda e qualquer subjectividade, pois não existe nenhuma valoração (opinião) em relação a decisão do arbitro, os dados são todos recolhidos independentemente de na nossa opinião o penalti ser bem ou mal assinalado, apenas interessa o dado em concreto que é o penalti assinalado pelo arbitro e o efeito direto dessa decisão arbitral na repartição dos pontos no jogo. Sempre que após um golo de penalti, a equipa marca outros golos que não de penalti, já não conseguimos de uma forma objectiva considerar o efeito direto desse golo de penalti nos pontos, uma vez que esse penalti não foi o último golo da equipa, não foi aquele golo que permitiu acrescentar pontos diretamente com uma decisão arbitral. Agregando diversos jogos podemos constatar estatisticamente qual foi a sorte/aproveitamento direto de cada um dos clubes resultantes das decisões arbitrais relevantes (penalti ou expulsão assinalados).
Estes foram os árbitros nomeados para os últimos 16 clássicos para o campeonato nacional, o nome do arbitro está vermelho nos 2 jogos em que ocorreram mais decisões arbitrais favoráveis ao Benfica e a azul estão os 4 jogos em que o arbitro tomou mais decisões arbitriais favoráveis ao F. C. Porto. A amarelo estão os 10 jogos em que os arbitros tomaram o mesmo nº de decisões arbitrais relevantes para as duas equipas (Penaltis e/ou expulsões).
Sem o efeito direto de um último golo de penalti ou dos pontos acrescentados após uma expulsão, nos 236 jogos o Benfica teria conquistado 540 pontos e o F. C. Porto teria conquistado 530 pontos, mas o Benfica ainda conseguiu acrescentar mais 15 pontos com influência arbitral direta e o F. C. Porto mais 37 pontos com influência arbitral direta.
Apesar de o rendimento médio geral com
todos os árbitros do F. C. Porto (conquistou 80% dos pontos disputados) ser
muito semelhante ao do Benfica (conquistou 78% dos pontos disputado), o certo é que mesmo com alguma perplexidade, constatamos que por 9 vezes em 16 foi nomeado para o clássico um arbitro, com o qual o rendimento do F.
C. Porto é superior ao do Benfica em mais de 20%. Nos últimos 8 campeonatos, em 16 clássicos foram 9 nomeações de árbitros com o qual o F. C.
Porto tem um rendimento médio demasiado superior ao do Benfica (+20% de
diferença pontual)! O nomeiador não garantiu as mesmas condições as duas equipas, pois seguramente a equidade somente seria garantida se ambas as equipas pudessem disputar esses classicos nas mesmas condições que disputaram os outros jogos do campeonato, e se as 2 equipas demonstraram um rendimento médio muito semelhante nada justifica que nos 16 jogos entre si tenham sido nomeados, por 9 vezes árbitros que diferenciaram significativamente o rendimento destas 2 equipas rivais. Olegário Benquerença (que apitou 1 clássico), Pedro Proença (que apitou 4 clássicos) e Jorge Sousa (que apitou 4 clássicos) nas
últimas 8 épocas, qualquer um destes 3 árbitros criou nos jogos por si arbitrados uma enorme e incompreensível
diferença no rendimento desportivo médio do Benfica em relação ao rendimento médio do F. C. Porto. Nunca deveriam ter sido nomeados para 9 dos 16 clássicos entre as duas equipas que discutiram entre si os títulos nas últimas 8 épocas! Pelos critérios estatísticos
que utilizamos aqui no Blog, estes 3 árbitros não reúnem condições de
equidistância entre as 2 equipas, para poderem dirigir
clássicos.
Aos olhos desses 3 árbitros, F. C. Porto e Benfica não são clubes com o mesmo
objectivo desportivo, pois num campeonato de 30 jogos, criar uma diferença >20% no rendimento
médio de 2 clubes, representa a criação de mais de 18 pontos de diferença. Ou seja, se uma equipa:
- tem um potencial médio de um candidato ao título (em 30 jogos tem de ter capacidade para conquistar aproximadamente 70 pontos) e se somente por efeito de um arbitro em concreto, o rendimento dessa equipa diminuir drasticamente ao ponto de apenas permitir a equipa conquistar 52 pontos, então seguramente essa equipa, aos olhos desse arbitro apenas pode aspirar a lutar pelo acesso as competições europeias e não é um candidato ao título.
- for normalmente um candidato a Europa (em 30 jogos tem potencial para fazer aproximadamente 50 pontos) e se com determinado arbitro diminui o rendimento em 18 pontos, então com apenas 32 pontos conquistados deixa de ser uma equipa que luta pela Europa para ser uma equipa que luta pela manutenção. Como se vê quando o arbitro diminui drasticamente o rendimento de uma equipa em relação ao rendimento médio do clube, então a prudência aconselha que, esse arbitro não seja nomeado para jogos importantes dessa equipa, pois os números indiciam claramente que esse arbitro influência o rendimento desse clube em vez de ser um elemento neutral.
Segue-se o quadro geral comparativo da % de pontos conquistados pelo Benfica e F. C. Porto com cada um dos principais árbitros nas últimas 8 épocas.
A negrito estão os árbitros que diferenciam o Benfica e o F. C. Porto em mais de 20% nas últimas 8 épocas, ou seja ,aqueles que os números estatísticos facilmente demontram que não tem condições de equidistânçia para dirigir jogos entre as duas equipas.
Como se pode verificar no quadro geral com todos os árbitros que
arbitraram nestas últimas 8 épocas um conjunto significativo de jogos envolvendo o F.C. Porto
e o Benfica no campeonato nacional, em que podemos verificar o rendimento médio
de cada equipa com cada arbitro em concreto, ordenado do mais favorável ao
mais desfavorável ao Benfica.
Pela simples consulta do quadro acima podemos concluir que, esta época abandonaram a arbitragem alguns árbitros cujos números demosntram uma evidente tendência arbitral favorável ao sucesso desportivo do F. C. Porto.
É por demais evidente que os 3 árbitros mais
desfavoráveis ao Benfica comparativamente ao F. C. Porto foram claramente Olegário Benquerença, Pedro Proença e Jorge Sousa. Incompreensivelmente para os
Benfiquistas, apesar desta enorme discrepância entre as equipas, Pedro
Proença e Jorge Sousa foram mesmo assim, nomeados para dirigir diversos clássicos, como
também seria incompreensível para os Portistas que o João Capela tivesse sido
nomeado para diversos clássicos, sendo um arbitro com o qual o Benfica mantêm um
rendimento pontual superior ao do F. C. Porto em mais de 20%.
Os números de Artur Soares Dias ainda estão dentro dos limites de
tolerância definidos aqui no Blog (<20%), pois a diferença no rendimento médio dos 2
clubes nos jogos por si dirigidos é de 19%, mas o bom senso aconselha que não
seja nomeado nos próximos tempos para jogos entre as equipas. So deve ser nomeado para jogos do Benfica contra adversários com um rendimento médio não superior aos 65% dos pontos que o Benfica conquista em média nos jogos arbitrados pelo Artur Soares Dias.
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